terça-feira, 17 de novembro de 2015

A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta segunda-feira críticas sobre a atuação do governo federal na tragédia de Mariana (MG), o maior acidente ambiental da mineração na história do país. Questionada sobretudo por ter visitado a região atingida pelo “mar de lama” apenas uma semana após o rompimento das barragens, a presidente disse ter enviado o ministro da Integração Nacional e o Secretário Nacional de Defesa Civil à região no primeiro dia. “Quando vou a um lugar, eu não posso chegar sem saber o que nós vamos fazer. Eu vou lá para fazer, eu não vou lá só para visitar”, disse a presidente, em resposta à pergunta da BBC Brasil. O rompimento de duas barragens de rejeitos da Samarco (mineradora controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP) no último dia 5 deixou 11 mortos e 15 desaparecidos. Promove ainda destruição ambiental e transtornos sociais por centenas de quilômetros ao longo da bacia do rio Doce, no leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. Cidades que se abastecem da água do rio, como o polo regional de Governador Valadares (MG), estão com fornecimento comprometido. A presidente sobrevoou a região atingida no dia 12. Nesta segunda-feira, ao terminar sua participação em cúpula do G20 na Turquia, afirmou ter ido à região quando “já tínhamos uma ideia do que íamos fazer” e disse considerar que “todas as medidas” foram tomadas. “Chegamos lá com toda a estrutura, a avaliação que nosso pessoal fez – da Secretaria Nacional de Defesa Civil, da ANA (Agência Nacional de Águas), do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) – já tinha sido feita, o que permitiu que tivéssemos os elementos para começar, inclusive, a discutir com a empresa. Caso contrário, se você não tem o levantamento, você discute como?”, afirmou Dilma. Na semana passada, um dia antes do sobrevoo de Dilma pela região do desastre, o Ibama (órgão ambiental federal) havia anunciado uma multa de R$ 250 milhões à Samarco pelos danos causados – o pagamento dessas autuações, contudo, pode se arrastar por anos em esferas administrativas e judiciais. Emergência no abastecimento A presidente reconheceu que o rio Doce está em “situação dramática”. Disse que a prioridade agora é garantir, com apoio do Exército, o fornecimento emergencial de água em Governador Valadares e em Colatina (ES), cidades que somam, em conjunto, mais de 400 mil habitantes – contingente muito elevado para ser atendido apenas por carros-pipa. “Ali teremos de ter uma solução emergencial mais estruturante, que é a adutora de engate rápido. No caso de Valadares, é o rio Suaçuí Pequeno, e uma adutora que você consegue fazer em 30 dias. Em Colatina serão as duas lagoas, com adutoria de engate.” (Foto: BBC Brasil): Segundo presidente, recuperação do rio Doce será "exemplo" para o país © Copyright British Broadcasting Corporation 2015 Segundo presidente, recuperação do rio Doce será "exemplo" para o país Dilma enumerou mais promessas: fazer do caso do rio Doce “um exemplo” para o país e tocar soluções para recuperação da bacia do rio – nesse sentido, disse que o governo apoiará projeto da fundação do fotógrafo Sebastião Salgado, com quem a presidente esteve antes da viagem à Turquia. “(Faremos um) plano de recuperação, tanto dos afluentes como de toda a bacia, que são milhares (de cursos d’água). Porque isso não é trabalho que vai ser resolvido em um, dois anos. Você vai levar tempo para recuperar toda a bacia: a devastação, que é uma enchente volumosa de lama, limpou algumas margens onde tinha ainda tinha vegetação, é um deserto”.

(Arquivo) Uma baleia orca aparece durante show da rede de parques temáticos norte-americana SeaWorld, em Orlando, no dia 30 de março de 2011© Fornecido por AFP (Arquivo) Uma baleia orca aparece durante show da rede de parques temáticos norte-americana SeaWorld, em Orlando, no dia 30 de março de 2011
A rede de parques temáticos norte-americana SeaWorld anunciou nesta segunda-feira que vai encerrar os espetáculos com orcas, após anos de críticas pelo suposto maltrato que os animais recebem.
A empresa afirmou que a partir de 2017 substituirá os famosos números nas instalações californianas de San Diego (sudoeste) por uma atração "informativa".
"Não somos apenas um animal, não somos apenas uma exibição, não somos apenas uma atração", explicou o diretor-geral Joel Manby durante uma reunião com investidores que foi transmitida pela internet.
"Estamos num processo de ouvir nossos clientes e estamos evoluindo como empresa", apontou. "Sempre estamos mudando".
A SeaWorld sofreu um duro golpe em 2013 após a estreia do documentário "Blackfish", que denunciou os estragos sofridos pelas orcas em cativeiro vivendo em tanques reduzidos e com pouca iluminação, além de serem submetidas a duros treinamentos para aparecer em seu espetáculo mais famoso.
O número de visitantes caiu drasticamente nos 11 parques espalhados em todo o país, mas especialmente o de San Diego.
Desde então, a empresa tentou reverter a imagem ruim com uma nova campanha de publicidade e descontos.
Tendo em vista os resultados decepcionantes, a empresa deu um novo rumo em sua estratégia com um plano que prevê estrear novas atrações e melhorar a comunicação corporativa.
"Precisamos levar a informação para um plano positivo", destacou durante a reunião Jill Kermes, outra diretora da SeaWorld.
A organização PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais), grande crítica do parque temático, garantiu que o anúncio não é suficiente e que a empresa deve deixar de manter as orcas em cativeiro.
(Arquivo) A entrada da rede de parques temáticos norte-americana SeaWorld, em Orlando, no dia 24 de fevereiro de 2010© Fornecido por AFP (Arquivo) A entrada da rede de parques temáticos norte-americana SeaWorld, em Orlando, no dia 24 de fevereiro de 2010
Na semana passada, o legislador Adam Schiff disse que em breve vai introduzir um projeto de lei para proibir orcas em cativeiro e controlar a reprodução na Califórnia.
"A evidência sobre o dano físico e mental para estes animais maravilhosos excede em muito qualquer benefício obtido a partir de seus shows", disse o político.
"Nós não podemos defender o nosso próprio ambiente e difundir mensagens sobre a importância de preservar o bem-estar dos animais quando nosso comportamento não reflete nossos princípios", acrescentou.
A rede SeaWorld respondeu que cuida dos animais e não capturou qualquer orca nos últimos 35 anos.

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