sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Russomanno é sócio de delator que confessou ter pago R$ 60 milhões em propina na Lava Jato.

Líder nas pesquisas para a disputa à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal, Celso Russomanno (PRB-SP), é sócio de um empresário que confessou ter repassado R$ 60 milhões em propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato de Souza Duque e ao PT no âmbito da Operação Lava Jato.
O nome do empresário é Augusto Mendonça Neto, o primeiro executivo a firmar, em dezembro do ano passado, um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e a Justiça na força-tarefa que investiga um esquema de corrupção na Petrobrás. Mendonça Neto é um dos poucos empresários investigados pela Lava Jato que ainda está solto.
O executivo pertencia à empresa Toyo Setal, que atuava no ramo de estaleiros. A empresa seria uma das que compunham o cartel que se apoderava dos maiores contratos da Petrobrás, segundo denunciou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, em uma de suas delações prestadas ao Ministério Público. Mendonça Neto deixou o conselho da Toyo Setal no início deste ano.
Em sua delação, Mendonça Neto afirmou que desde 2004 houve uma combinação entre as empreiteiras do "clube" alvo da Operação Lava Jato para pagamentos de comissões para o ex-diretor de Serviços da Petrobrás e para o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. "O valor da comissão partia em torno de 2% sobre o valor dos contratos, mas isso era negociado posteriormente, como no caso da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná), cujo valor de 'comissão' chegou a quase R$ 60 milhões no total", afirmou Augusto Mendonça Neto.
Mendonça Neto e Russomanno são proprietários do Bar do Alemão, restaurante localizado no Lago Paranoá, região nobre de Brasília. O estabelecimento foi inaugurado logo depois das eleições municipais de 2012, disputada por Russomanno. Naquele ano, o parlamentar liderou as pesquisas de intenção de voto até o fim do primeiro turno, mas despencou depois de virar alvo de seus adversários.
Pouco antes do primeiro turno das eleições de 2012, o Estado revelou que Russomanno era sócio majoritário do bar sem ter gasto, segundo ele próprio na época, nenhum real.
A aquisição do estabelecimento às margens do Lago Paranoá foi responsável pelo aumento de 100% de seu patrimônio entre 2010 e 2012 - passou de R$ 1,1 milhão para R$ 2,2 milhões, segundo declarações entregues ao Tribunal Superior Eleitoral.
Segundo os registros da Junta Comercial do Distrito Federal, Russomanno tem participação de R$ 2,21 milhões no negócio - a maior do empreendimento, que tem, no total, R$ 7 milhões de capital. Ele aparece no documento como sócio-administrador do bar.

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