terça-feira, 22 de novembro de 2016

Delcídio: Lula tinha conhecimento absoluto de interesses que rodeavam a Petrobras

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O ex-líder do PT no Senado Delcídio Amaral confirmou nesta segunda-feira, 21, ao juiz federal Sérgio Moro que existia uma “estrutura montada” no governo Luiz Inácio Lula da Silva para “bancar as estruturas partidárias” e que o ex-presidente “tinha um conhecimento absoluto de todos os interesses que rodeavam a gestão da Petrobras”.
“O presidente não entrava nos detalhes, mas ele tinha um conhecimento absoluto de todos os interesses que rodeavam a gestão da Petrobras e as diretorias e os partidos que apoiavam os diretores”, afirmou Delcídio, ao juiz da Lava Jato, em Curitiba, ao falar sobre o grau de ingerência de Lula no esquema de propinas na Petrobras.
Delcídio foi a primeira testemunha de acusação no processo contra Lula, dona Marisa Letícia e outros seis réus, no primeiro processo da Lava Jato, em Curitiba, contra o petista. Também são acusados o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, funcionários da empreiteira e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
“Sem dúvida nenhuma existia uma estratégia montada para bancar as estruturas partidárias”, afirmou Delcídio, ao ser questionado pelo procurador da República Diogo Castor de Mattos, sobre a arrecadação de propinas por partidos via diretores indicados na Petrobras.
Citou os tesoureiros do PT como responsáveis por operar as propinas do partido, entre eles Delúbio Soares e João Vaccari Neto – ambos presos pela Lava Jato.
O ex-líder no Senado afirmou que nunca teve uma reunião com Lula sobre o esquema de arrecadação, mas afirmou que ele tinha “conhecimento absoluto” no esquema de loteamento político das diretorias da Petrobras, entre partidos da base aliada. 
O esquema rendia propinas de 1% a 3% para os agentes públicos indicados e políticos – um rombo de mais de R$ 40 bilhões entre 2004 e 2014.
A defesa de Lula questionou se ele tinha provas de que Lula estaria envolvido com propinas. Ele afirmou ter conhecimento, como líder do governo. “Eu sabia tudo o que acontecia no governo”.
As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.
O petista é acusado corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de cartel e propinas na Petrobras. A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que ele recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.
Fonte: Agência Estado

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