quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Jornalista revela como foi torturada pela ditadura.

São Paulo. Em texto divulgado ontem no site "Observatório da Imprensa", o jornalista Luiz Cláudio Cunha publica pela primeira vez um depoimento da também jornalista Míriam Leitão em que ela conta como foi torturada, nua e grávida, durante o período da ditadura militar (1964-85).
Míriam foi presa em Vitória (ES), no final de 1972, com o seu então companheiro, Marcelo Netto. Opositores do regime instaurado em 1964, eles passaram por diversas sessões de tortura no período em que ficaram presos pela ditadura. Mantido por nove meses em uma solitária, Marcelo também sobreviveu.
No depoimento, a jornalista narra o período em que passou numa unidade do Exército no Espírito Santo. Além de simulações de fuzilamento e ameaças de estupro, Míriam foi torturada com cães pastores alemães e uma cobra jiboia, que foi colocada numa sala escura com ela após ser despida pelos militares. Míriam, à época, estava grávida de seu primeiro filho.
"Por meus filhos e netos, ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas", disse a jornalista no depoimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário