sábado, 23 de agosto de 2014

Marina Silva não garante que fica no PSB após pleito.

Marina Silva
São Paulo. A candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva, evitou falar sobre o seu futuro na legenda caso vença as eleições. Questionada sobre se estava comprometida a permanecer no partido caso seja eleita em outubro, a ex-ministra foi evasiva. "Me comprometo a governar o Brasil", disse após reunião sobre seu programa de governo, em São Paulo.
As declarações ocorrem em meio à crise que acomete a campanha da ex-senadora. Alguns integrantes do PSB estão insatisfeitos com a oficialização de sua candidatura porque acreditam que, se eleita, Marina não irá permanecer no partido após a criação da Rede. Ela já havia deixado claro que migrará para seu grupo político assim que este conseguir o registro na Justiça Eleitoral.
"Não devemos tratar o presidente da República como propriedade de um partido. A sociedade está dizendo que quer se apropriar da política e as lideranças políticas têm que entender que o Estado não é um partido e que o governo não é o Estado", declarou Marina.
A ex-ministra assumiu compromisso com o fim da reeleição. "Farei um mandato de apenas quatro anos", disse.
A candidata tentou minimizar as mudanças que aconteceram na coordenação de sua campanha nos últimos dois dias e afirmou que, assim como o PSB acolheu a Rede quando este não conseguiu registro, a Rede acolhe agora o partido de seu aliado Eduardo Campos, morto em umacidente aéreo em Santos (SP) na quarta-feira (13).
"Nós queremos que o PSB possa se estabilizar e seus líderes possam se reconectar. Agora não é hora de ficarmos cada um valorizando a parte. É hora de lutar pelo todo".
Crise na coordenação
Primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira deixou a coordenação-geral da campanha após um desentendimento com Marina na quarta-feira (20). Milton Coelho, coordenador de mobilização, também está fora.
Marina nomeou Walter Feldman para ser adjunto na coordenação-geral, e o PSB indicou a deputada Luiza Erundina para substituir Siqueira.
Bazileu Margarido, um dos aliados mais próximos a Marina, assumiu o controle do comitê financeiro ao lado de Márcio França, indicado pelo PSB. O deputado é candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) para o governo paulista e um dos principais opositores da ex-senadora dentro do partido.
Aliado de Campos, o economista Henrique Costa, então tesoureiro da campanha, continua por ora como colaborador para a arrecadação.
"A dinâmica da campanha vai continuar a mesma, até porque o PSB mantém a titularidade das coordenações. Eu não tenho governabilidade sobre aquilo que o PSB tem em relação aos postos que ocupa", explicou Marina.
A candidata do PSB reafirmou que não vai subir nos palanques onde ela já havia definido não participar mesmo antes da morte de Campos, na semana passada. "Não vou aos palanques onde já não estava indo", disse ela, quando questionada especificamente sobre campanhas estaduais do PMDB, como é o caso de Nelsinho Trad, candidato ao governo de Mato Grosso do Sul.
A coligação Unidos Pelo Brasil, encabeçada pelo PSB, formalizou ontem no Tribunal SuperiorEleitoral a nova chapa que irá disputar a Presidência.

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